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Mato Grosso: Assassinatos aumentam 31,7% em 11 anos


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Mato Grosso conta com a segunda maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes da região centro-oeste. Em 2016, o Estado chegou a incidência de 35,7 assassinatos, marca que ultrapassa a média nacional de 30 mortes violentas a cada 100 mil pessoas. Em 2016, foram 1.180 homicídios contra 896 casos, em 2006, no Estado. No total, ocorreram 11.676 mortes letais ao longo de 11 anos (entre 2006 e 2016), o que corresponde a um aumento de 31,7%.

Dados como estes fazem parte do Atlas da Violência 2018, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em nível nacional, o estudo aponta que o país atingiu o número de 62.517 homicídios, no ano retrasado. Esse total representa um recorde histórico e que equivale à taxa de 30,3 mortes por 100 mil indivíduos.

Contudo, em 2016, Mato Grosso apresentou uma pequena redução em relação a 2015, quando contava com uma taxa de 36,8 homicídios por 100 mil pessoas (-3,1%). Do centro-oeste, apenas Goiás está à frente do estado. Por lá, a taxa é de 45,3/100 mil, o correspondente a 3.036 homicídios, em 2016. Comparado a 2006, a variação é de 72%.

Já o vizinho Mato Grosso do Sul registrou a incidência de 25 a cada 100 mil indivíduos, no mesmo período. Na última década, teve uma redução de 15,8% nos casos. Já no Distrito Federal, a taxa é de 25,5/100 mil, com uma queda de 7,8% se comparado a 2006.

MULHERES – Em 10 anos, Mato Grosso registrou mais de mil homicídios de mulheres, segundo o Altas da Violência 2018. Entre 2006 e 2016, 1.036 pessoas do sexo feminino foram assassinadas, no Estado. Em 2016, foram 106 mulheres mortas, o que representa uma taxa de 6,4 homicídios para cada 100 mil. No período, observa-se um aumento de 30,3% no número mortes.

Apesar do número expressivo em relação à morte de mulheres, o Estado e outros seis conseguiram reduzir o índice de mortes violentes entre o grupo, sendo os demais São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, além do Distrito Federal.

JOVENS – O levantamento mostra ainda que a vitimização por homicídio de jovens, com idades entre 15 a 29 anos, no país é um fenômeno denunciado ao longo das últimas décadas, mas que permanece sem a devida resposta em termos de políticas públicas que efetivamente venham a enfrentar o problema.

No país, 33.590 jovens foram assassinados em 2016, sendo 94,6% do sexo masculino. Esse número representa um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior. No Estado, a taxa é de 60,3 jovens mortos por 100 mil, o que corresponde a 516 jovens mortos na mesma faixa etária, no ano retrasado. No país, essa taxa média é de 65,5 mortes na mesma faixa etária.

Em Mato Grosso, também houve redução de 2,5% no número de assassinatos de jovens, entre 2015 e 2016, com 529 e 516 mortes, respectivamente. Mas, levando-se em consideração toda a década, houve aumento de 20,8% nos homicídios de jovens.

DESIGUALDADE – Os dados apontados pelo Atlas da Violência 2018 vêm complementar e atualizar o cenário de desigualdade racial em termos de violência letal no país, onde em um período de uma década, entre 2006 e 2016, a taxa de homicídios de negros cresceu 23,1%. No mesmo período, a taxa entre os não negros teve uma redução de 6,8%. Já a taxa de homicídios de mulheres negras foi 71% superior à de mulheres não negras.

Em Mato Grosso, a situação não é muito diferente. No Estado, a taxa de assassinatos de negros saltou 35,9, em 2006, para 42,3 a cada grupo de 100 mil pessoas negras, em 2016. No período, o aumento foi de 17,7%, embora tenha sido uma pequena redução se comparado a 2015 (-1,5%). Já a incidência de mortes letais referentes a pessoas não negras foi de 22,6/100 mil. Neste caso, nos últimos 11 anos, houve uma variação de -3,3%, no Estado.

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